quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017


Primeiro anexo de delação da Odebrecht

Ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho revela pagamentos, entre doações oficiais e caixa 2, em troca de interesses da empresa. Repasses para 50 políticos identificados com apelidos chegam a R$ 75 milhões.

Núcleo do PMDB na Câmara




 

Michel Temer

Presidente da República e à época candidato a vice de Dilma Rousseff pediu doação para o PMDB em 2014. Segundo ele doações ao PMDB foram legais.

R$ 10 milhões

‘PRIMO’
Eliseu Padilha
Ministro-chefe da Casa Civil. Recebeu parte de doação de campanha. Ele diz que a acusação é ‘mentira’
R$ 4 milhões

 

 
‘CARANGUEJO’
EDUARDO CUNHA
Ex-presidente da Câmara dos Deputados. Recebeu R$ 1 milhão de Padilha mais repasses da Odebretch. Advogado diz que não vai comentar
R$ 4 milhões

 

 
 
Paulo Skaf
Presidente da Fiesp e candidato derrotado ao governo de SP recebeu repasses de Padilha. Diz que todas as doações foram legais
R$ 6 milhões

 

 
 
 
José Yunes
Assessor especial do Presidente e amigo de Temer abriu seu escritório em São Paulo para entrega de doação (sem informação de repasses). Assessoria nega que ele recebeu o dinheiro

 

‘BABEL’
Geddel Vieira Lima
Ex-ministro da Secretaria de Governo foi citado como beneficiário de vários repasses. Ele diz que todas as doações foram legais.
R$ 6,8 milhões

 

‘ANGORÁ’
Moreira Franco
Secretário de Temer foi ponte na Aviação Civil e no Setor de Transportes (sem informação de repasses). Diz que as acusações são mentirosas

 

Núcleo do PMDB no Senado

‘JUSTIÇA’
Renan Calheiros
Presidente do Senado é apontado como líder de parlamentares do PMDB na casa
R$ 2,2 milhões

 

‘CAJU’
Romero Jucá
Senador, líder do governo e arrecadador de fundos para o PMDB. Ele nega ter recebido recursos ao PMDB
R$ 22 milhões

 

‘ÍNDIO’
Eunício Oliveira
Candidato a presidente do senado em 2017 beneficiou Odebrecht em aprovação de MP. Senador nega ter recebido os recursos
R$ 2,1 milhões

 

 

Núcleo do PT

‘POLO’
Jaques Wagner
Ex-governador da Bahia e Ex-ministro da Casa Civil. Recebeu doação de campanha. Procurado, ele não quis se pronunciar
R$ 10,5 milhões (2006 e 2010)

 

Rui Costa
Governador da Bahia. A pedido de Jaques Wagner recebeu doação de campanha. Ele não foi loca izado para comentar
R$ 10 milhões (2014)

 

‘LAS VEGAS’
Anderson Dornelles
Ex-assessor de Dilma Rousseff recebeu ‘apoio financeiro’ de Marcelo Odebrecht entre 2012 e 2013 por cuidar da agenda da presidente cassada. Ele nega ter solicitado ou recebido qualquer ajuda financeira
R$ 350 mil

Outros citados pelo ex-executivo

‘CAMPARI’
Gim Argello
Ex-senador (PTB-DF). O advogado dele não foi localizado
R$ 2,8 milhões

 

‘CERRADO e PIQUI’
Ciro Nogueira
Senador (PP-PI). Diz que doações foram legais
R$ 2,1 milhões
 

 

‘PINO E GRIPADO’
Agripino Maia
Senador (DEM-RN). Diz que doações foram voluntárias
R$ 1 milhão

 

‘GREMISTA’
Marco Maia
Deputado (PT-RS). Não foi localizado para comentar
R$ 1,35 milhão

 

‘DECRÉPITO’
Paes Landim
Deputado (PTB-PI). Não foi localizado para comentar
R$ 180 mil

 

‘BOCA MOLE’
Heráclito Fortes
Deputado (PSB-PI). Diz que doações foram legais
R$ 250 mil

 

‘FEIA’
Lídice da Mata
Senadora (PSB-BA). Não foi localizada para comentar
R$ 200 mil

 

‘COMUNA’
Daniel Almeida
Deputado (PCdoB-BA). Não foi localizado para comentar
R$ 100 mil
 

 

‘MOLEZA’
Jutahy Júnior
Deputado (PSDB-BA). Diz que doação foi legal
R$ 850 mil

 

‘VELHINHO’
Francisco Dornelles
Vice-governador do Rio (PP). Ele diz que as doações ao PP foram legais
R$ 200 mil

 

‘BOTAFOGO’
Rodrigo Maia
Deputado (DEM-RJ). Não quis se manifestar.
R$ 100 mil

 

‘BITELO’
Lúcio Vieira Lima
Deputado (PMDB-BA). Não quis comentar a acusação
Entre R$ 1 milhão
e R$ 1,5 milhões

 

‘TODO FEIO’
Inaldo Leitão
Ex-deputado (PP-PB)
R$ 100 mil

 

‘CORREDOR’
Duarte Nougeira
Prefeito eleito de Ribeirão Preto (PSDB-SP)
R$ 650 mil

 

 
 
‘MISERICÓRDIA’
Antonio Brito
Deputado (PSD-BA)
R$ 430 mil

 

‘TUCA’
Arthur Maia
Deputado (PPS-BA)
R$ 250 mil

 

‘FAZENDEIRO’
Flávio Dolabella
R$ 45 mil

 

‘EDUCADOR’
Paulo Henrique Lustosa
Ex-deputado (PP-CE)
R$ 100 mil

 

‘KIMONO’
Artur Virgílio
Prefeito eleito de Manaus (PSDB)
R$ 300 mil

 

‘MISSA’
José Carlos Aleluia
Deputado (DEM-BA)
R$ 300 mil

 

'MÉDICO'
Colbert Martins
Ex-deputado
R$ 150 mil

 

'JOVEM'
Adolfo Viana
Deputado estadual (PSDB-BA)
R$ 50 mil

 

'GOLEIRO'
Paulo Magalhães Junior
Vereador (PV-BA)
R$ 50 mil

 

'DIPLOMATA'
Hugo Napoleão
Ex-deputado (PSD-PI)
R$ 100 mil

 

Carlinhos Almeida
Ex-deputado (PT)
R$ 50 mil

 

Antonio Imbassahy
Deputado (PSDB-BA)
R$ 299 mil

 

Benito Gama
Deputado (PTB-BA)
R$ 30 mil

 

Claudio Cajado
Deputado (DEM-BA)
R$ 305 mil

 

Leur Lomanto Junior
Deputado estadual (PMDB-BA)
R$ 250 mil

 

Orlando Silva
Deputado(PCDOB-SP)
R$ 100 mil

 

Robério Negreiros
 
Deputado distrital (PSDB)
 
R$ 50 mil

 

 

Propostas legislativas

MP 252/05 e MP 255/05MP do Bem / MP do Bem 2. Geddel Vieira Lima é procurado para atender aos interesses da Odebrecht para evitar novas regras em relação a Cofins e PIS/Pasep nos negócios com nafta e condensado. Pede incidência não cumulativa e mesmo tratamento tributário. Foram apresentadas emendas por Geddel, na Câmara, e Romero Jucá, no Senado. Como relator, Jucá atuou para inclusão do tema de interesse e foi interlocutor com o Executivo.

 

PRS 72/2010Projeto de Resolução do Senado Federal. Processo teve participação de Romero Jucá, Renan Calheiros e Delcídio Amaral (FERRARI). No episódio conhecido como “Guerra dos Portos”, a pedido da empresa, Jucá apresenta a resolução para estabelecer alíquota 0% de ICMS em operações interestaduais. Jucá recebeu R$ 4 milhões e Delcídio R$ 500 mil. Delcídio ficou “chateado” e pediu mais “atenção” diante do seu empenho.

 

MP 579/12Projeto de interesse no setor elétrico. Participação de Renan Calheiros e Romero Jucá Como relator da MP 579/12, Renan contemplou o pleito da empresa em estender o prazo de fornecimento de energia barata para as empresas eletrointensivas do Nordeste até 2015. Renovação de contratos da Chesf também foi tratada com Renan. Em 9 MPs, o senador alagoano apresentou 34 emendas para satisfazer os interesses da Odebrecht.

 

MP 613/13Projeto de interesse no setor químico. Romero Jucá teria pedido “apoio financeiro” para aprovar emenda de interesse da Odebrecht em MP que tratava do Regime Especial da Indústria Química (REIQ). A empresa esperava a aprovação da MP “sem percalços”. Jucá e Renan Calheiros ficaram com R$ 4 milhões; Eunício Oliveira, R$ 2,1 milhões. Na Câmara, Rodrigo Maia recebeu R$ 100 mil e Lúcio Vieira Lima, entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhões. A aprovação foi garantida.

 

MP 627/13Projeto de interesse na área tributária. Marcelo Odebrecht, em parceria com exportadores, tratou das mudanças no regime de tributação do lucro auferido no exterior diretamente no Executivo. A edição da MP determinava que lucros de empresas brasileiras no exterior deveriam ser tributados ao fim de cada ano mesmo sem a remessa dos recursos ao Brasil. Eduardo Cunha apresentou emendaque beneficiou o grupo. Romero Jucá recebeu R$ 5 milhões.

 

MP 651/14Projeto de interesse em benefícios fiscais. O governo federal envia ao Congresso o “Pacote de Bondades”, com uma série de benefícios fiscais para o setor produtivo. Para atender a interesses da Odebrecht, Romero Jucá conduziu a matéria. Ele propôs quatro emendas que foram total ou parcialmente aprovadas. Em troca, ele pediu doação de campanha eleitoral para seu filho, candidato a vice-governador de Roraima. A doação foi feita ao PMDB estadual.

 

 

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